Bem-vindo de volta à Era do SMarketing

28/09/2022

Comecei minha carreira em 1978, numa respeitada agência de propaganda na cidade de São Paulo. Os anos dourados da publicidade já chegavam ao fim, mas ainda se tinha o maior respeito e admiração por aquelas pessoas “diferentes, irreverentes e geniais”, denominadas publicitários.

Do outro lado da mesa, na cadeira do cliente, quem se sentava era o diretor comercial, o mesmo cara que mandava na equipe de vendas e passava o briefing para o pessoal da agência. Naquele tempo, eram raros os “departamentos de marketing”. Talvez em uma ou outra multinacional, mas na grande maioria dos casos, quem mandava mesmo no Marketing era o principal homem de Vendas da empresa.

Tive o privilégio de conhecer, trabalhar e aprender com vários deles.

Com os anos 1990, comecei a sentir a mudança de perfis do outro lado da mesa. Uma turma mais jovem, de melhor formação acadêmica e praticamente nenhuma experiência em vendas começou a mandar nas verbas de promoção e comunicação.

Era a “libertação” do marketing. O que era ferramenta virou departamento. O que era função virou cargo. E aí começou a conhecida história de rivalidade dentro das organizações.

Do lado de Vendas, o imediatismo das metas a serem batidas e um profundo desprezo e até ignorância sobre as inovações mercadológicas adotadas na sala ao lado.

Do lado do Marketing, a arrogância expressa em incontáveis anglicismos e uma preocupação cada vez maior com a marca, com a forma, com os prêmios, com as festas.

Com o tempo, a distância entre Vendas e Marketing foi só aumentando, até que — talvez graças às métricas da era digital — os pontos começaram novamente a se encontrar, fazendo nascer a tal da era do SMarketing.

Uma era de realinhamento entre Vendas e Marketing, de ressignificação das ferramentas, de revalorização da eficiência, enfim, uma era que já havíamos vivido, mas que muito pouca gente se lembrava.

Uma era em que especialistas dão lugar a nexialistas, em que Vendas e Marketing deixam de ser meras áreas ou departamentos para se tornarem missões fundamentais de todos os que habitam os negócios na nova economia do compartilhamento e da colaboração.

Afinal de contas, todos nós estamos aqui para vender alguma coisa para alguém, não é mesmo?

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